Um pesadelo chamado: Perdemos o voo!

Se tem uma coisa que realmente nunca passou pela minha cabeça, é que o primeiro voo que eu iria perder na vida seria indo para o meu primeiro mochilão!!! (ou seja, a ansiedade já estava a mil sem precisar disso hahaha)

Chegamos no Aeroporto de Guarulhos com 3 horas de antecedência (T-R-Ê-S H-O-R-A-S!) e fomos fazer o check-in automático, como era a nossa primeira viagem com mochilão, não sabíamos que teria que ser feito o check-in manual, pesar as mochilas e despacha-las em uma outra área, era de madrugada e haviam poucos funcionários no aeroporto para ajudar, daí só nisso se passaram duas horas. Ok, mesmo com um estresse inicial eu decidi que nada abalaria o meu humor naquele dia, afinal estávamos indo em direção a um sonho que foi muito bem planejado por 4 meses! Como fui inocente rs

Ah, antes de continuar a história preciso incluir algo que, como vocês vão ver adiante, foi primordial para a perda do voo. Quando chegamos no aeroporto, fui procurar meus óculos de sol dentro da mochila e não encontrei de jeito nenhum, eu não gosto de usar óculos de sol mas havia comprado aquele maldito Ray-ban só para usar no Salar de Uyuni, pois é de extrema importância proteger os olhos do reflexo causado pelo sal, além de impedir que entre sal e poeira nos olhos, é claro. Mas enfim, decidi que compraria outro no Free Shop, pois como havia dito antes, nada iria abalar o meu humor aquele dia.

Em seguida entramos na área de embarque e quando chegamos ao Free Shop faltavam 45 minutos ainda para o voo sair, ok, tudo de boas, fomos atrás dos meus óculos. Demorei 20 minutos para escolher um outro Ray-ban legal e levei até o caixa, o atendente foi buscar a caixinha dos óculos e… sumiu! Sim, o tempo começou a passar e nada dele aparecer, começamos a ficar desesperados porque faltavam 25 minutos para o voo sair, quando eu ia desistir da compra ele voltou. Fiquei com dó pelo esforço que o coitado fez para achar essa caixinha e decidi comprar, saímos correndo (correndo mesmo!) até o balcão de embarque e é aí que começou o pesadelo…

Chegamos no balcão e um atendente mal-humorado já foi gritando que a gente tinha perdido o voo e não dava mais para entrar, faltavam 10 minutos paIMG_2336 [152232]ra o avião sair, ele ainda estava lá, mas ele já foi dizendo que as nossas mochilas já haviam sido retiradas e teríamos que ir pega-las e depois ir até a loja da TAM remarcar o voo. Nessa hora eu juro que fiquei zonza, parecia um sonho e a qualquer momento eu iria acordar já dentro do avião rumo a Lima, mas não era! Comecei a implorar instintivamente a ele para nos deixar entrar, pois só estávamos 5 minutos atrasados dos 15 de antecedência que se deve chegar ali, a Thay e o Leo já foram me puxando para o lado pois o segundo passo, certamente, seria eu começar a xinga-lo e poderíamos ser expulsos do aeroporto rs.

Eu não sabia se chorava ou se desmaiava, minha cabeça estava um turbilhão, só pensava na grana que seria para remarcar esse voo (havia pesquisado uns dias antes quanto estava custando SP>Cusco e estava mais de R$3.000,00!!! Ou seja, não teria como pagar!), além disso, ainda tinha o nosso outro amigo que estava prestes a embarcar pela Avianca, como ele tinha decidido ir com a gente bem depois, teve que ir em outro voo e o melhor de tudo é que ele não sabia absolutamente nada do roteiro, da cidade (nem a moeda haha), nem o hostel que a gente iria ficar, absolutamente nadaaaa!!! Eu estava oficialmente desesperada!

Pegamos as mochilas e fizemos todo aquele caminho de volta com a cara mais cabisbaixa possível, por onde a gente passava eu conseguia ouvir os funcionários cochichando “coitados, perderam o voo”, porque antes estávamos super de bom humor conversando com todos eles, fazendo piadas e tals. Chegamos na loja da TAM e havia uma moça e um japinha lá para atender, estavam atendendo uma mulher que, por incrível que pareça, estava perguntando se não havia nada que pudessem fazer por nós, pois ela tinha visto que perdemos o voo e queria tentar ajudar (nisso minha fé na humanidade aumentou ainda mais). Enfim, mas aí começou o pesadelo parte dois hahaha

Contamos que havíamos perdido o voo, ele pediu nossos documentos e foi ver o que dava para ser feito, de repente uma boa notícia! Ele nos disse que como havíamos comprado as três passagens com milhas, não teríamos que pagar absolutamente NADA para remarcar, só a taxa de U$100,00 por perda de voo, ou seja, uns R$300,00 por pessoa na época, ok, maravilha!!! Daí veio a pergunta do atendente: Quem é Walter? A Thay respondeu que era o pai dela, ele então nos disse que como as milhas estavam no nome do pai dela, só poderíamos remarcar o voo na presença dele. Meu mundo caiu de novo porque o pai dela mora no interior de São Paulo, eu realmente não acreditava que isso tudo estava acontecendo, sério! Aí eu já comecei a falar pra ele pelo amor de Deus se não tinha algo que poderíamos fazer porque o pai dela nem morava em São Paulo, era de madrugada, ele morava longe do aeroporto de Rio Preto também para ir na TAM de lá, enfim, só faltou eu ajoelhar e rezar ali hahaha daí o japa ficou quieto por uns 10 intermináveis minutos olhando para a tela do computador, eu já estava prestes a ter um ataque cardíaco quando ele falou “Ok, eu não poderia, mas vou abrir uma exceção para vocês” GLÓRIAAAAAAAAAAAA, QUASE PULEI O BALCÃO PARA ABRAÇA-LO!

Conseguimos remarcar o voo para o mesmo dia, mas às 19h, como ainda eram 4h da manhã tivemos que voltar para casa, gastar dinheiro com taxi e depois gastar mais dinheiro no outro dia para ir de novo ao aeroporto. Mas pelo menos estava tudo certo, iríamos para Cusco! (por alguns momentos eu cheguei a pensar que meu primeiro mochilão seria isso, de São Paulo para Guarulhos haha).

Dormimos, tentei achar o inferno do óculos que eu tinha esquecido e que acabou causando tudo isso, mas não o encontrei até hoje! Acho até bom, pois minha vontade era quebra-lo em várias partículas kkkkkk

No outro dia voltamos ao aeroporto com três horas de antecedência de novo e dessa vez deu tudo certo hahaha ainda conseguimos tomar uma cervejinha antes de embarcar.

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Ah, e na madrugada eu avisei o Manu que tínhamos perdido o voo, mandei todos os endereços e informações necessárias para ele se virar no primeiro dia em Cusco sem a gente, o fdp ainda foi para três festas naquela noite e tava bêbado quando chegamos cedinho no hostel hahahaha tudo realmente deu certo no final, mas olha… que sufoco!

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